Carolina Maria de Jesus só freqüentou dois anos de escola. Mas foi fenômeno editorial.
Negra, pobre, mãe solteira. Nasceu em Sacramento, Minas, em 1914 e faleceu em 1977. Em 1955 morava com seus 3 filhos em um dos trezentos barracos da favela do Canindé, em São Paulo. Seu único meio de sobreviver eram as coisas que catava para vender, como alumínio e papelão. Dizem que foi em uma lata de lixo que ela encontrou quatro cadernos e ai resolveu transforma los em um diário, uma maneira que tinha para desabafar.
Em 1958 o repórter Audálio Dantas chega à favela para cobrir a inauguração de um parque infantil. Fica intrigado com a mulher que ameaça bêbados sobre os brinquedos: “Se não saírem daí, vou colocá-los em meu livro!” Apartir daí conheceu Carolina e seu diário, onde ficou impressionado. Conversou com Carolina e então entregou os originais a um editor, e em 1960 “Quarto de Despejo” foi publicado. Começava a carreira de Carolina. Parte dos escritos foram publicados na Folha da Noite. Sucesso.
Em agosto de 1960, a escritora lança Quarto de Despejo. Vendeu 10 mil exemplares em uma semana. Com o dinheiro dos direitos autorais ela trocou seu barraco no Canindé por uma casa alvenaria no bairro de Santana.
Passou a usar boas roupas e transformou – se em grande personalidade. Carolina era muito requisitada em vários programas de TV participando de entrevistas com vários jornalistas. Depois de um tempo fora esquecida, vendeu sua casa em Santana e foi morar em um pequeno sitio em Palheiros. Dizem que antes de falecer, em 1977, algumas pessoas a viu catando papel pelas ruas.
O livro ganhou traduções em 13 línguas. Uma historia real e emocionante… O cotidiano de uma favelada, que apesar das dificuldades, tinha carácter e dignidade. Tenho certeza de que você ira se surpreender com essa historia.
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